Teste de estanqueidade: o que é, como funciona e por que deve ser feito?

Quando falamos em segurança residencial, comercial ou industrial, um dos pontos mais críticos é a integridade das tubulações, seja de gás, água ou sistemas de impermeabilização. Pequenos vazamentos que passam despercebidos podem causar grandes prejuízos, desde o aumento na conta até acidentes graves, como explosões e danos estruturais.

É justamente para evitar esses problemas que existe o teste de estanqueidade, um procedimento técnico que avalia se há fuga de fluido, como gás, água ou ar em uma rede. Ele é exigido por normas técnicas e, mais do que uma formalidade, é uma medida essencial de segurança, eficiência e economia.

Neste conteúdo, você entenderá o que é exatamente o teste de estanqueidade, como ele é feito e por que é tão importante realizá-lo periodicamente. Acompanhe!

O que é teste de estanqueidade?

O teste de estanqueidade é um procedimento técnico usado para verificar se um sistema ou tubulação está completamente vedado, sem vazamentos de fluidos.

O termo “estanque” vem do latim stagnare, que significa “fechar, impedir a passagem”. Portanto, quando dizemos que uma tubulação é estanque, estamos dizendo que nada escapa por ela, nem mesmo pequenas quantidades de gás ou líquido sob pressão.

Esse teste é amplamente utilizado em diferentes áreas:

• Instalações de gás (residenciais, comerciais e industriais);
• Sistemas de água e esgoto;
• Redes de ar comprimido e hidráulicas;
• Impermeabilizações de lajes, piscinas e reservatórios;
• Equipamentos pressurizados e redes de combate a incêndio.

Na prática, o procedimento consiste em pressurizar a rede, com ar, gás inerte ou água, e observar se há queda de pressão durante um tempo determinado. Se houver variação, significa que existe um vazamento em algum ponto.

Além de ser uma exigência legal em muitas situações, especialmente para redes de gás, o teste de estanqueidade é também uma forma de prevenir acidentes, perdas materiais e custos desnecessários.

Para que serve o teste de estanqueidade?

O principal objetivo do teste de estanqueidade é detectar vazamentos invisíveis e garantir a segurança e o bom funcionamento das instalações, mas sua função vai além disso. Veja as principais finalidades:

1. Garantir segurança

Em sistemas de gás, um vazamento pode causar incêndios e explosões. Já em redes hidráulicas ou impermeabilizações, infiltrações podem comprometer estruturas, provocar mofo e danos elétricos. O teste evita tudo isso.

2. Atender às normas técnicas

Normas como a ABNT NBR 15526 (instalações de gás combustível) e a NBR 9575 (impermeabilização) exigem que o teste seja feito antes da liberação de uso da rede, tanto em novas instalações quanto em manutenções.

3. Reduzir desperdícios

Vazamentos de água ou gás, mesmo que pequenos, geram custos constantes. Um teste preventivo evita gastos e otimiza o consumo.

4. Comprovar a qualidade da obra

Empresas de engenharia, construtoras e instaladoras realizam o teste de estanqueidade como parte da entrega técnica da obra, garantindo que tudo está conforme o projeto e dentro dos padrões de segurança.

5. Emitir laudo técnico

Após o teste, um profissional habilitado emite o laudo de estanqueidade, documento que comprova que a instalação foi verificada e aprovada. Esse laudo é fundamental para aprovações junto a concessionárias e seguradoras.

Portanto, o teste de estanqueidade é um investimento em tranquilidade, credibilidade e durabilidade das instalações.

Teste de estanqueidade é obrigatório?

Sim, o teste de estanqueidade é obrigatório em diversas situações, especialmente quando envolve sistemas de gás, impermeabilização e redes hidráulicas. A obrigatoriedade é determinada por normas técnicas da ABNT e, em muitos casos, por leis municipais e estaduais.

Vamos entender melhor por setor:

1. Em instalações de gás

De acordo com a NBR 15526, toda instalação de gás (GLP ou GN) deve ser submetida a um teste de estanqueidade antes de entrar em operação, após qualquer intervenção (reforma, troca de equipamento ou reparo) e periodicamente, conforme recomendação técnica.

Além disso, concessionárias de gás, como a Comgás, Naturgy e Copergás, exigem a apresentação do laudo de estanqueidade para liberar o fornecimento.

2. Em sistemas de impermeabilização

Segundo a NBR 9575, o teste de estanqueidade deve ser feito em lajes, piscinas, caixas d’água, reservatórios e áreas molhadas. Nesse caso, a ideia é garantir que a impermeabilização foi bem executada e que não há infiltrações.

O teste é realizado antes do revestimento final, para qualquer falha poder ser corrigida a tempo.

3. Em redes hidráulicas e de incêndio

A NBR 5626 (instalações prediais de água fria e quente) também recomenda o teste de estanqueidade para assegurar que as tubulações estão adequadas e seguras para uso.

Em todas essas situações, a ausência do teste pode gerar:

• Risco de acidentes;
• Perda de garantia da obra;
• Multas e impedimentos de funcionamento;
• Recusa na ligação de gás ou aprovação de projetos.

Ou seja, o teste de estanqueidade não é opcional, é parte essencial da segurança e da conformidade técnica de qualquer sistema pressurizado.

Como fazer teste de estanqueidade de água?

O teste de estanqueidade de água é um dos mais comuns em obras e manutenções, especialmente em banheiros, cozinhas, reservatórios e lajes. Ele verifica se há vazamento ou infiltração em uma determinada área impermeabilizada, ou tubulação. Veja o passo a passo simplificado do procedimento!

1. Preparação da área

Antes de começar, é importante limpar e isolar o local que será testado. Em lajes, piscinas ou reservatórios, todas as saídas (ralos e drenos) devem ser vedadas com tampões ou argamassa.

2. Enchimento com água

A área é então preenchida com água até um nível predeterminado, geralmente de 5 a 10 cm. A altura deve ser medida e registrada no início do teste.

3. Período de observação

De acordo com a NBR 9575, o sistema deve permanecer cheio por pelo menos 72 horas, sendo monitorado para observar se há queda de nível.

4. Análise dos resultados

Caso o nível da água permaneça estável, a impermeabilização é considerada aprovada.
Se houver queda, é sinal de que existe fuga de água, indicando falha na impermeabilização ou trinca na estrutura.

5. Correção e novo teste

Caso o teste aponte falhas, o problema deve ser corrigido e o procedimento repetido até que a estanqueidade esteja garantida.

Esse tipo de teste é simples, mas requer cuidados técnicos e acompanhamento de um profissional qualificado, especialmente em áreas grandes ou com estrutura complexa.

Quem faz teste de estanqueidade?

O teste de estanqueidade deve ser realizado por profissionais ou empresas especializadas, que possuam conhecimento técnico e equipamentos de medição calibrados.

No caso de instalações de gás, somente profissionais certificados e empresas registradas no CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) estão autorizados a executar e assinar o laudo de estanqueidade.

Esses profissionais podem ser:

• Engenheiros mecânicos, civis ou técnicos em edificações;
• Técnicos em gás com formação reconhecida;
• Empresas credenciadas junto às concessionárias locais.

O processo requer:

• Equipamentos de medição de pressão, como manômetros digitais;
• Conhecimento das normas aplicáveis;
• Procedimentos de segurança, como desligamento de fontes de ignição no caso de gás.
  

A Essencial Gás, por exemplo, atua com equipes treinadas e certificadas, garantindo que cada teste seja realizado com precisão, segurança e documentação completa, algo essencial tanto para empresas quanto para residências.

Quem pode assinar laudo de estanqueidade?

O laudo de estanqueidade é o documento técnico que comprova o resultado do teste e atesta a segurança e a integridade da instalação. Por se tratar de um documento técnico com responsabilidade civil e legal, somente um profissional habilitado e registrado no CREA pode assiná-lo.

Esse laudo inclui:

• Identificação do local e do sistema testado;
• Data e método do teste;
• Pressão aplicada e tempo de observação;
• Resultado final (aprovado ou reprovado);
• Assinatura e número do CREA do responsável técnico.
  

Em alguns casos, como instalações de gás natural, o laudo é exigido pela concessionária antes da ligação do fornecimento. Em condomínios e edifícios comerciais, ele também pode ser solicitado por seguradoras como parte da avaliação de risco.

Portanto, o laudo não é apenas um “papel burocrático”, é uma garantia técnica e legal de que o sistema está seguro e em conformidade com as normas.

O teste de estanqueidade é mais do que um simples procedimento técnico: é uma medida preventiva, obrigatória e essencial para garantir segurança, durabilidade e economia em qualquer instalação de gás, água ou impermeabilização.

Ignorar esse teste pode resultar em acidentes, infiltrações, prejuízos financeiros e até riscos à vida. Por outro lado, realizá-lo com profissionais qualificados assegura tranquilidade e evita problemas futuros.

Seja para uma nova instalação, manutenção preventiva ou adequação a normas, lembre-se: o investimento no teste de estanqueidade é pequeno perto dos benefícios e da segurança que ele oferece.

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